Tecedeira, poesia infantil de Manoel Pereira Reis Júnior

16 01 2012

Tecedeira

Manoel Pereira Reis Júnior

Aranha:

ela tece o aranhol

com fios de prata

que tem no novelo do palpo…

Ela se emaranha toda

na volúpia de tecer um tapete

de filigranas de luz para dormir…

Dorme e sonha . . .

na faina de viver fiando

a vida inteira…

E a aranha, bailarina sonâmbula,

fiandeira da prata que produz,

descreve em todos os lugares

a giratória, girante das giradas,

que são fios de prata que reluz.

Reviravolteia, sobe, desce,

na augústia de dar a forma

ao fio que ela tece. . .

– Aranha! que sorte bonita é a tua,

de construir um aranhol,

que a noite se tinge de lua,

e de dia se veste de sol! …

Manoel Pereira Reis Júnior ( Catu, BA, 1911 — RJ, RJ 1975) Poeta biógrafo, professor, jornalista, historiador, prêmi ABL (1944 e 1973).

Obras

As Últimas do outono, 1973

Canções do infinito, 1943

Cantigas da mata, 1936

Delírio de Pã, 1938

Epopéia heróica, 1941

Iocaloa, 1932

Maria da Graça, 1931

Ronda luminosa, 1934

Teia de aranha, 1930


Ações

Information

Deixe um comentário