–
–
–
–
Tecedeira
–
Manoel Pereira Reis Júnior
–
–
Aranha:
ela tece o aranhol
com fios de prata
que tem no novelo do palpo…
–
Ela se emaranha toda
na volúpia de tecer um tapete
de filigranas de luz para dormir…
–
Dorme e sonha . . .
na faina de viver fiando
a vida inteira…
–
E a aranha, bailarina sonâmbula,
fiandeira da prata que produz,
descreve em todos os lugares
a giratória, girante das giradas,
que são fios de prata que reluz.
–
Reviravolteia, sobe, desce,
na augústia de dar a forma
ao fio que ela tece. . .
–
– Aranha! que sorte bonita é a tua,
de construir um aranhol,
que a noite se tinge de lua,
e de dia se veste de sol! …
–
–
Manoel Pereira Reis Júnior ( Catu, BA, 1911 — RJ, RJ 1975) Poeta biógrafo, professor, jornalista, historiador, prêmi ABL (1944 e 1973).
Obras
As Últimas do outono, 1973
Canções do infinito, 1943
Cantigas da mata, 1936
Delírio de Pã, 1938
Epopéia heróica, 1941
Iocaloa, 1932
Maria da Graça, 1931
Ronda luminosa, 1934
Teia de aranha, 1930






Deixe um comentário